Ao que se vai

A palavra ainda não dita
Deixou fugir a esperança
Do olhar de quem acredita
Esperando feito criança

O sorriso desfeito no rosto
Mostrou o que era partida
De tudo ficou o oposto
Saída sem despedida

Deixando de ser sentimento
Levou com ele uma vida
Marcando o avesso do tempo
Feito lembrança esquecida

Do pouco ficou muito menos
Do que eu esperava um dia
Do adeus nem um só aceno
E o silêncio na sala vazia.

Digo que vou te encontrar
Mas na verdade não sei
Sei que sempre vou te amar
Que nunca te esquecerei.



Um poema dedicado ao meu avô que
partiu numa manhã de janeiro sem
me dizer adeus.